segunda-feira, 16 de novembro de 2015

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"Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais. Mas aí, daqui uns dias… Você vai me ligar. Querendo tomar aquele café de sempre, querendo me esconder como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro. E eu vou topar. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo."
        - Tati Bernardi.

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"Não sei se ainda te amo ou se só me perdi na saudade que sinto. Na dúvida fico em silêncio, não quero continuar nos machucando. Hoje, ao escutar algumas músicas que me traduzem, fico no meu canto ensaiando novas maneiras do meu coração olhar o mundo, começar tudo de novo, por mais lindo que seja, hoje, dói tanto. Então, que ao fim de tudo isso, você me leve um pouco com você, mas deixe o meu coração aqui comigo."
        - Frederico Elboni .

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"Era o seu mau humor que eu queria suportar. Sempre. Eu suportaria suas crises. Sempre. Porque quem ama suporta. E quem ama nunca desiste. Por isso eu nunca vou desistir de você."

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Só tem mulher quem pode




Mulher não desiste,se cansa. A gente tem essa coisa de ir até o fim, esgotar todas as possibilidades, pagar pra ver. A gente paga mesmo. Paga caro, com juros e até parcelado. Mas não tem preço sair de cabeça erguida, sem culpa, sem 'E se' ! A gente completa o percurso e ás vezes fica até andando em círculos, mas quando a gente muda de caminho, meu amigo, é fim de jogo pra você. Enquanto a gente enche o saco com ciúmes e saudade, para de reclamar e agradece a Deus! Porque no dia que a gente aceitar tranquilamente te dividir com o mundo, a gente não ficou mais compreensiva, a gente parou de se importar, já era. Quem ama, cuida! E a gente cuida até demais, mas dar sem receber é caridade, não carinho! E estamos numa relação, não numa sessão espírita, e prende. A gente entende e respeita seu jeito, desde que você supra pelo menos o mínimo das nossas necessidades, principalmente emocionais, porque carne tem em qualquer esquina. Vocês nem sempre sabem, mas além de peito e bunda, a gente tem sentimentos, quase sempre a flor da pele. Somos damas, somos dramas, acostumem-se. Mulher não é boneca inflável, só tem quem pode! Levar muitos corpos pra cama é fácil, quero ver aguentar o tranco de conquistar corpo e alma, até o final. 

Quase amor

Queria falar sobre o amor com a propriedade de quem nunca teve. Amor no sentido de romance, esquecendo a parte fraternal e amizades, claro. Carrego na mala alguns projetos de relacionamentos, uns quase namorados, meios carinhos e fins inteiros, sem nem ter havido começos. Mala pesada, que vira e mexe prejudica minha coluna, mas poderia ser pior. Sou viciada em atropelar as coisas e sair jogando vírgulas pra tudo que é canto, vivo com a impressão de que meus começos já são os meios e talvez nem seja impressão. Sou mal acostumada a ser sincera e isso nunca me permitiu jogar, trocar de papel conforme a trama mudasse a direção. E quem não joga em tabuleiro, tende a virar peão.Meu primeiro quase amor foi a minha paixão louca e platônica, tradicional, não? Três anos e uma novela mexicana. Algumas declarações infantis, menino paciente, nunca tivemos nem amizade e acredito que nesse ponto da vida se iniciou meu costume em sofrer. Como se fosse uma zona de conforto anti-amor, enquanto eu esperava desesperadamente que o amor invadisse, porque na realidade todo o conforto sempre foi só fachada.Estendi minha sina até poder transferir todo o peso de querer e não saber amar pra um novo corpo, meu segundo quase amor. Esse, na verdade, passou longe de qualquer sentimento, mas foi meu primeiro namorado. Só status, só porque era legal, terminei um mês depois e nesse ponto começou minha rota de fuga oficial: Me ama? Adeus, não sei lidar com isso, desculpa. Anos e anos vomitando liberdade até aparecer meu terceiro quase amor. Falava tudo que eu precisava ouvir, me fazia companhia e carinho, bem cômodo até ele querer um maldito tempo. Depois de dois meses, do nada, como quem pede o açúcar na mesa do café. Senti pela primeira vez o gosto amargo de um fim antes do final, abortei pela primeira vez um relacionamento, sem saber que isso ainda seria normal pra mim. Senti fundo tudo isso por estar amando a ideia de namorar, não ele, nunca ele. Mas dei todo o tempo do mundo, porque relógio eu nunca fui. Curti pouco tempo a sensação de sangue escorrendo sem parar, até o início do quarto quase amor. Dois anos, algumas horas de felicidade extrema, milhões de litros de lágrimas, muita imaturidade, eu virando boneca numa prateleira cheia de desculpas e egoísmo. Só que hoje em dia boneca anda, então fui embora, odeio lugar apertado. O fim mais difícil e adiado da minha vida, mas de parto normal. Me doeu pouco porque eu já estava no quinto, isso mesmo, no quinto e último quase amor. Eu completamente metódica, cheia de listas, horários, conceitos e preconceitos. Ele completamente do avesso, me virando de ponta cabeça e me deixando o que eu nunca fui na vida: leve. A pessoa mais louca e sensata que eu já conheci na vida. Quatro meses que me valeram uma vida, meu segundo aborto de amor. Minha rota de fuga usada contra mim, justo na vez que eu daria tudo pra ficar, mesmo não sabendo. Senti direto na pele, pela primeira vez sem armadura. Respeitei. Queria falar sobre dedo na ferida, vodka com gelo e saudade, travesseiro molhado. Queria dizer que tô acostumada demais a sofrer e, talvez por isso, reconheço e acolho as dores de todas as minhas tentativas de amor e me assusto com coisas que só fazem bem, sem nem arranhar. Não sei quase nada do amor. Nada além de romances literários, filmes de comédia romântica, desabafo de amigas e umas poucas tentativas extremamente mal sucedidas. Conheço e admiro de nome, mas queria compartilhar minha única certeza: amor mesmo não dói.— Marcella Fernanda